Gostaria que os seguidores de meu blog entendessem este post não como uma provocação, mas como uma explicação a deturpações realizadas pela imprensa azul e pelos blogueiros da Enseada das Garças.

Uma delas é a suposta fama de “La Bestia Negra” creditada ao Cruzeiro em seus confrontos internacionais, supostamente devida a campanhas que causariam medo aos adversários. Tal expressão leva o incauto leitor brasileiro a concluir que a fama do Cruzeiro é de uma poderosa máquina de guerra, tal qual uma "fera negra".
Entretanto, o significado da expressão “La Bestia Negra” na Espanha e nos países hispânicos da América Latina, na exata acepção em que foi usada, em nada tem a ver com o que pretende a torcida celeste. De fato, tal apelido foi dado ao Cruzeiro pela imprensa chilena devido às sucessivas derrotas do Colo-Colo para a equipe mineira. No Paraguai, adotou-se a mesma expressão na imprensa especializada devido a dificuldade do Olimpia em superá-lo nas fases de mata-mata. “La Bestia Negra”, no entanto, não quer dizer nenhum ser mitológico e poderoso em especial, mas apenas a “asa negra”, ou seja, uma equipe contra a qual o adversário dá azar. O sentido de “La Bestia Negra”, portanto, refere-se a “pedra no caminho” e não a time de futebol temido.
Apenas a título de exemplo, recentemente a imprensa paulista se referiu a Ponte Preta (essa mesmo, a modesta Macaca de Campinas) como a “asa negra do Santos” no campeonato paulista, ou seja, a nada mais nada menos que um time chato que dá trabalho nos confrontos diretos. Da mesma forma, a imprensa colombiana chama o pequeno Equidad de “la bestia negra” do Once Caldas pelos seguidos revezes sofridos pela equipe de Manizales diante dos bogotanos. Alguém em sã consciência interpreta que o Santos tem medo da Ponte Preta ou que o Once Caldas treme diante do Equidad? Claro que não!
Recentemente a imprensa européia divulgou que o Bayern de Munique seria "La Bestia Negra" do Real Madrid. Ora, quem conhece o espírito dos merengues sabe que eles não temem nem o Barcelona, que os tem superado na última década, nem qualquer outra equipe européia. Como os alemães os têm derrotado seguidamente nas competições européias, construiu-se a fama de pedra no caminho.
Para não ficar só no futebol, alguém acredita que a dinamarquesa Wosniacki é a "bestia negra" da russa Sharapova? A imprensa brasileira é que tem a equivocada mania de confundir "bestia negra" com algo amedrontador e, com tal erro de tradução, reproduz as matérias copiadas da imprensa estrangeira.
Sobre o confronto com a La U chilena pela 1ª fase da Libertadores de 2014, a imprensa criola exaltou os resultados do Cruzeiro contra times daquele país, adotando o termo "bestia negra", mas sem se referir em qualquer momento a temor ou medo. Além do Cruzeiro, a matéria do jornal "El Mercúrio", que foi insistentemente replicada pela imprensa mineira, aponta o Santos como "bestia negra".
Se temos outra "bestia negra", por óbvio, não poderíamos dizer que o Cruzeiro é "La" bestia, mas apenas "una". Por que será que a torcida santista não sai bradando por aí que seu time é temido por ser conhecido no exterior como "bestia negra"? Será que é porque têm senso do ridículo?
A expressão em castelhano "bestia negra", portanto, significa "asa negra", "pedra no caminho", algo ligado ao revés, ao azar. A palavra "bestia" até pode significar "monstro", mas naquela expressão, unida ao "negra", não preserva o significado. É como em português: "besta" pode até ser sinônimo de "fera" ou "monstro", mas a expressão "besta quadrada" só pode significar "idiota".
Recentemente a imprensa européia divulgou que o Bayern de Munique seria "La Bestia Negra" do Real Madrid. Ora, quem conhece o espírito dos merengues sabe que eles não temem nem o Barcelona, que os tem superado na última década, nem qualquer outra equipe européia. Como os alemães os têm derrotado seguidamente nas competições européias, construiu-se a fama de pedra no caminho.
Para não ficar só no futebol, alguém acredita que a dinamarquesa Wosniacki é a "bestia negra" da russa Sharapova? A imprensa brasileira é que tem a equivocada mania de confundir "bestia negra" com algo amedrontador e, com tal erro de tradução, reproduz as matérias copiadas da imprensa estrangeira.
Sobre o confronto com a La U chilena pela 1ª fase da Libertadores de 2014, a imprensa criola exaltou os resultados do Cruzeiro contra times daquele país, adotando o termo "bestia negra", mas sem se referir em qualquer momento a temor ou medo. Além do Cruzeiro, a matéria do jornal "El Mercúrio", que foi insistentemente replicada pela imprensa mineira, aponta o Santos como "bestia negra".
Se temos outra "bestia negra", por óbvio, não poderíamos dizer que o Cruzeiro é "La" bestia, mas apenas "una". Por que será que a torcida santista não sai bradando por aí que seu time é temido por ser conhecido no exterior como "bestia negra"? Será que é porque têm senso do ridículo?
A expressão em castelhano "bestia negra", portanto, significa "asa negra", "pedra no caminho", algo ligado ao revés, ao azar. A palavra "bestia" até pode significar "monstro", mas naquela expressão, unida ao "negra", não preserva o significado. É como em português: "besta" pode até ser sinônimo de "fera" ou "monstro", mas a expressão "besta quadrada" só pode significar "idiota".
Imaginem, então, o que parece aos olhos das torcidas adversárias a faixa "la bestia negra" que a torcida cruzeirense leva aos jogos internacionais? É algo como se a torcida do Boca Juniors estendesse no Mineirão uma faixa escrito "Boca - A pedra no caminho". Algo amedrontador?
Na Libertadores 2011 comprovou-se mais uma vez que “La Bestia Negra” brasileira nada tem de especial. Ao contrário de meter medo no Once Caldas, a equipe celeste da Enseada das Garças foi engolida em casa, demonstrando que não basta marketing bem feito junto à torcida para se voltar a conquistar os tão almejados títulos.
P.S.: Em 18/09/2013 acrescentei alguns trechos e suprimi outros ao original publicado em 05/05/2011, inspirado nas diversas mensagens que recebi de atleticanos e cruzeirenses. Até julho de 2013, o post tinha acesso médio de 100 pessoas por mês. A simples ida do Galo a final da Libertadores aumentou o acesso a média de 2000 por mês.
P.S.: Em 18/09/2013 acrescentei alguns trechos e suprimi outros ao original publicado em 05/05/2011, inspirado nas diversas mensagens que recebi de atleticanos e cruzeirenses. Até julho de 2013, o post tinha acesso médio de 100 pessoas por mês. A simples ida do Galo a final da Libertadores aumentou o acesso a média de 2000 por mês.